Cobertura Universal de Saúde

Em reunião da ONU, bispo defende dignidade inalienável da pessoa

Dom Gallagher participou da reunião da ONU sobre Cobertura Universal de Saúde e defendeu o de todos aos cuidados de saúde

Da redação, com Boletim da Santa Sé

“A saúde não é um luxo; é para todos!”, afirmou o secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé, Dom Paul Richard Gallagher nesta quinta-feira, 21. O representante da Santa Sé discursou na Reunião de Alto Nível da ONU sobre Cobertura Universal de Saúde, em Nova York.

O arcebispo destacou que, apesar do progresso na expansão do o aos cuidados de saúde de qualidade, ela continua fora do alcance de muitas pessoas, em especial nos países em desenvolvimento.

“Alcançar a cobertura universal de saúde requer estratégias e recursos, incluindo apoio aos profissionais de saúde, para concretizar o direito fundamental de cada pessoa aos cuidados de saúde de qualidade, incluindo os mais pobres e aqueles que vivem em zonas rurais”, disse.

Ele destacou que é “profundamente preocupante” que os custos dos cuidados de saúde tenham feito com que meio bilhão de pessoas vivesse ou caísse ainda mais na pobreza extrema e defendeu que os cuidados necessários sejam íveis. “A garantia do o universal e a preços íveis aos cuidados de saúde de qualidade não pode ser separada de esforços de desenvolvimento mais amplos, especialmente da proteção social, da educação e do trabalho digno”.

Iniciativas da Igreja Católica

Dom Gallagher disse que a fé inspirou muitos esforços para cuidar dos pobres e vulneráveis em todo o mundo. E enfatizou que, em alguns lugares, as organizações religiosas são os únicos prestadores de cuidados de saúde. “Aproximadamente um quarto de todas as instalações de saúde em todo o mundo são católicas e foram ‘criadas precisamente para cuidar daqueles que ninguém queria tocar’, muitas vezes, em situações desafiadoras”.

Ele lembrou que, em 2021, o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé lançou uma iniciativa sobre água, saneamento e higiene (WASH) em instalações de saúde católicas. E atualmente estão em andamento projetos para ajudar a reduzir a propagação de doenças infecciosas e a acabar com as mortes maternas e neonatais evitáveis.

“Desejo sublinhar que os cuidados de saúde baseados na fé também testemunham a dignidade inalienável da pessoa, que deve estar no centro dos esforços para alcançar a cobertura universal de saúde, centrando-se na cura e acompanhando cada pessoa na sua totalidade”, afirmou.

Atenção aos mais vulneráveis

Em contrapartida, o arcebispo alertou para o perigo de uma abordagem cada vez mais consumista, onde os médicos atuam como “prestadores de serviços a clientes ricos”, satisfazendo seus desejos individuais. Segundo ele, essa tendência pode criar um “desprezo” pelos pobres, pelos doentes, nascituros, pessoas com deficiência e idosos, esquecendo-se que o ser humano é frágil, dependente e limitado na sua corporeidade.

“Para isso, a Santa Sé compromete-se a continuar os seus esforços na promoção da cobertura universal de saúde, em particular, ‘para responder sobretudo às exigências de saúde dos mais pobres, dos excluídos e daqueles que, por razões econômicas ou culturais, veêm que as suas necessidades não são cumpridas'”, finalizou.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo