FÉ E RELIGIOSIDADE

Há dois mil anos Igreja Católica evangeliza e guarda a fé

Quase um bilhão e meio de pessoas no mundo professam a fé católica. A Igreja, liderada pelo Papa a partir de Roma, guarda e transmite o tesouro da fé cristã, enraizada nos ensinamentos de Jesus e na tradição dos apóstolos.

Reportagem de Danúbia Gleisser, Leonardo Vieira e Adilson Sabará

Num mundo carente de memórias, a Igreja, nascida há mais de dois mil anos, guarda a palavra e a tradição dos apóstolos.

O doutorando em Teologia Litúrgica, padre Alexandre Nunes, afirma: “A tradição faz parte dos três pilares da nossa fé: a Sagrada Escritura, o magistério e a tradição. Os apóstolos que nos deram a Sagrada Escritura, que nos fizeram chegar nessas escrituras, tão importantes. Então faz parte do tripé da nossa fé”.

Das primeiras pregações em Jerusalém, depois aos judeus espalhados pelo mundo, os apóstolos alcançaram o coração de outros povos. Para que a mensagem transmitida, fosse fiel às palavras de Jesus. Um dos apóstolos, Pedro, foi escolhido para liderar a Igreja nascente e se tornou o primeiro Papa.

O catolicismo tem hoje mais de um bilhão e quatrocentos milhões de fiéis. As decisões e ações do Papa impactam diretamente a vida de quem caminha na fé e busca a salvação oferecida na cruz por Jesus Cristo.

É do Vaticano, o menor país do mundo, que o Papa exerce sua liderança religiosa e istrativa. Na Santa Sé, ao lado da Basílica de São Pedro, estão as repartições e organizações, chamados de dicastérios – o nome dado para os departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana. A estrutura de governo do Vaticano, se assemelha à de muitos países.

Dom Filippo Iannone, prefeito do Dicastério para os Textos Legislativos, explicou:

“A Cúria Romana é antes de tudo um instrumento de serviço ao sucessor de Pedro para ajudá-lo na sua missão de princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade, tanto dos bispos como da multidão dos fiéis, em benefício também dos bispos”.

A Secretaria de Estado é o segundo cargo mais importante depois do Papa. É como se fosse um primeiro-ministro. As chamadas Congregações, exercem serviços, como os Ministérios aqui no Brasil. Logo abaixo, estão os Conselhos – são como as secretarias de governo.

Da Diocese de Piracicaba (SP), o estudante de Direito Canônico, padre Mateus Kerches Nicolucci destacou: “Do outro lado, nós temos uma estrutura muito mais ampla, que é a estrutura da Igreja enquanto a sede em Roma (não só da parte que toca a cidade do estado do Vaticano, que tem o Santo Padre como o principal líder para essa organização, já que ele delega, nomeia pessoas para esse trabalhos práticos e é a referência principal), como também a estrutura da Igreja no seu corpo universal”.

Em se tratando de questões jurídicas; existem os tribunais eclesiásticos: quem decide, por exemplo, as competências dentro da Igreja, é o Supremo Tribunal da Apostólica – equiparado, no Brasil, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Já a Penitenciaria Apostólica, é quem aplica as penas canônicas. E no Tribunal da Rota Romana, são feitas as apelações dos julgamentos executados.

O penitencieiro Mor, Cardeal Angelo de Donatis afirmou:“A penitenciaria atua justamente em algumas situações, vamos chamá-las de “pecados reservados”, aqueles somente ao Papa e em nome do Papa. A penitenciaria absolve essas situações aqui de censura ou de excomunhão que pode haver”. 

Tudo isso para que haja organização na missão de evangelizar e cuidar da vida espiritual dos fiéis, primeiro e principal chamado da Igreja. Nesta área, a pastoral, o Papa conta a ajuda do clero e dos religiosos.

A hierarquia da Igreja é configurada no sacramento da ordem, que conta com os graus do sacerdócio. Os diáconos, são aqueles que servem ao povo e atuam como auxiliares de padres e bispos na missão e nos trabalhos executados pela Igreja.

Os padres, que têm o segundo grau do sacramento da ordem e trabalham na condução espiritual do povo de forma direta. Os bispos, sucessores dos apóstolos, que têm a plenitude do sacramento da ordem e trabalham no governo da Igreja em cada localidade.

Cada um deles pode receber títulos de acordo com os serviços prestados à Igreja: cônego, monsenhor, cardeal. São os cardeais, que além de servir à Igreja em seus países de origem, podem ser chamados a atuar diretamente com o Papa nos Dicastérios e Congregações. Os bispos nomeados cardeais formam o chamado Colégio Cardinalício e podem até se tornar o líder da Igreja.

Além dos serviços do clero, a Igreja se faz presente no dia a dia da população através de mulheres e homens que vivem votos de pobreza, obediência e castidade numa vida consagrada a Deus. São freis, frades, freiras – no caso das ordens religiosas – e leigos e leigas das novas comunidades que, como os religiosos, atuam nos mais diversos setores da sociedade: saúde, educação, geração de renda, formação humana e espiritual.

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