Francisco falou aos participantes do 23º Dia da Pastoral Social na Argentina, enfatizando o tema da “Fraternidade e amizade social”
Da redação, com Vatican News
Foi divulgada, na tarde desta quinta-feira, 3, a videomensagem do Papa Francisco para o 23º Dia da Pastoral Social na Argentina sobre o tema “Por uma cultura do encontro, um país para todos. Fraternidade e amizade social”. Este é um tema que preocupa o Pontífice. “Pelo pecado, pelas tendências, vamos sempre em direção à inimizade, à guerra, esquecendo que a nossa vocação é a da harmonia, da fraternidade, é ser irmãos. Amizade social”.
Olhando como vai o mundo, guerras para todo lado, o Pontífice afirma que a humanidade vive a Terceira Guerra Mundial em pedaços. “Isto não é amizade social”, declarou. Ao olhar muitos países onde não se sabe dialogar, Francisco observou que se grita. “Antes que a outra pessoa termine de expressar o seu pensamento, já estamos respondendo, sem ter ouvido”, sublinha na mensagem de vídeo.
Segundo o Santo Padre não pode haver amizade social sem ouvir o outro e, para ouvir o outro, deve haver no coração a convicção de que o outro tem algo de bom para dizer. Em seguida, o Papa cita dois grandes inimigos da amizade social. “O primeiro são as ideologias que comandam tudo. Elas tendem a comandar, e as ideologias conseguem desarmar a concretude da natureza humana. O segundo inimigo são as paixões. A paixão muitas vezes tenta eliminar o outro. Não deixar o outro ocupar o seu lugar.”
Existe muita inimizade social
“Ideologias e paixões em todo o mundo vão contra a amizade social. É verdade que existem bons núcleos de amizade social no mundo, mas também é verdade que existe muita, muita inimizade social”, frisa o Pontífice. Francisco mencionou como exemplo as guerras, mas convidou a olhar para algumas periferias.
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“Olhamos para as crianças sem escola, para as pessoas que am fome, para as pessoas que não têm assistência médica, para a imensa quantidade de pessoas que não têm água canalizada, para as pessoas que não têm o ao mínimo para viver com dignidade. Esses são os sinais de que no mundo de hoje não existe amizade social.”
De acordo com o Papa, todos devem se perguntar se existe amizade social nos lugares onde vivem, onde trabalham. “Se houver amizade social, não haverá guerras nem necessidades de qualquer tipo, e nenhuma educação que não funcione bem. Não nos esqueçamos dos dois grandes inimigos: as ideologias que querem tomar posse da experiência vivida de um povo e as paixões, que são sempre como um rolo compressor, que vão adiante e destroem em vez de dialogar.”
O Santo Padre conclui a videomensagem convidando os participantes do 23º Dia da Pastoral Social a darem o melhor de si e serem concretos, “a não refletir no abstrato, mas com os pés no chão, com dados concretos”.