EM ROMA

Papa pede aos cristãos que ajudem a carregar a cruz de quem sofre

O Papa Francisco meditou, neste Domingo de Ramos, sobre a narrativa da Paixão do Senhor, segundo o evangelista Lucas. A reflexão destacou o amor até o fim vivido por Jesus e convidou os fiéis a viver essa entrega com o coração aberto. O texto do Angelus foi divulgado pelo Vaticano.

Reportagem de Danúbia Gleisser e Leonardo Vieira

No texto divulgado neste Domingo de Ramos, o Papa Francisco refletiu sobre a oração de Jesus no Getsêmani:
“Pai, afasta de mim este cálice, mas faça-se a tua vontade”. Segundo ele, Cristo caminhou rumo à cruz como uma criança agarrada ao pescoço do pai, frágil na carne, mas forte na confiança. O Papa destacou que a fé nos ajuda a enfrentar a dor, sem cair no desespero, sentindo-nos acolhidos no abraço misericordioso de Deus. Agradeceu pelas orações recebidas durante sua fraqueza física e pediu que confiemos ao Senhor todos os que sofrem, vítimas de guerras, desastres naturais e da pobreza. Francisco citou o desabamento de uma boate em Santo Domingo, os dois anos do conflito no Sudão e os 50 anos da guerra civil no Líbano, reforçando o apelo por diálogo, ajuda humanitária e o fim da violência. Ao final, confiou à Virgem Maria o desejo de que todos vivam esta Semana Santa com fé e esperança na paz.

Neste Domingo de Ramos, a Praça São Pedro foi tomada por milhares de fiéis. Cerca de 20 mil pessoas participaram da celebração, marcada pelo tradicional canto de hosana. Em convalescença, o Papa Francisco não celebrou a missa, que foi presidida pelo Cardeal Leonardo Sandri, vice-decano do Colégio Cardinalício.

O Cardeal e todo povo foram mais uma vez, surpreendidos. Francisco, sendo Francisco, chegou de forma inesperada à Praça São Pedro. O Pontífice esteve na Basílica, orou em frente ao altar central, recebeu o carinho de uma menina e logo depois desceu a rampa da praça. Era o final da missa de Ramos. O Santo Padre cumprimentou algumas pessoas e fez questão de saudar a multidão:
“Bom Domingo de Ramos! Boa Semana Santa!”

A Praça São Pedro foi especialmente ornamentada para a celebração que recorda a entrada de Jesus em Jerusalém. Galhos de oliveira decoravam o espaço e também estavam nas mãos dos peregrinos de várias partes do mundo, que neste Ano Jubilar vieram ao Vaticano para celebrar o Domingo de Ramos.

Ao som do canto “Hosana ao Filho de Davi”, teve início a procissão que contornou o obelisco da Praça São Pedro. Fiéis, peregrinos, sacerdotes e cardeais tiveram seus ramos abençoados. No local, um diácono proclamou o Evangelho que narra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Em seguida, a procissão seguiu em direção ao altar central da praça.

Após as leituras, foi proclamada a Paixão de Cristo. Logo depois, um profundo silêncio tomou conta da Praça São Pedro.

“Bendito o Rei que vem em nome do Senhor.” Com esse trecho do Evangelho de Lucas — a aclamação da multidão na entrada de Jesus em Jerusalém, teve início a homilia do Papa Francisco, lida pelo Cardeal Leonardo Sandri, delegado pontifício.

“O Messias a pela porta da Cidade Santa, aberta de par em par para acolher Aquele que, poucos dias depois, por ela sairá amaldiçoado e condenado, carregando a cruz. Hoje também nós seguimos Jesus, primeiro numa procissão festiva, e depois num caminho de dor, inaugurando a Semana Santa que nos prepara para celebrar a paixão, morte e ressurreição do Senhor.”

Inspirado pelo gesto de Cireneu, o Papa convidou cada um a seguir seus os, reconhecendo que Jesus se aproxima de todos, em qualquer situação.

“Não sabemos o que se ava no coração do Cireneu. Coloquemo-nos no seu lugar: teria ele sentido raiva ou compaixão, tristeza ou aborrecimento? Se lembramos o que Simão fez por Jesus, lembremos também o que Jesus fez por Simão, e também por mim, por ti, por cada um de nós: redimiu o mundo.”

“Escolhamos como levar a cruz, durante a Semana Santa: não ao pescoço, mas no coração. Não só a nossa, mas também a daqueles que sofrem ao nosso lado; talvez a daquela pessoa desconhecida que o acaso – Mas será mesmo o acaso? – nos fez encontrar”.

E por fim, o convite do Papa, lido pelo Cardeal: “Preparemo-nos para a Páscoa do Senhor tornando-nos cireneus uns dos outros.”

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