Ajuda da Igreja

Barcos Hospitais Papa Francisco e JP II atendem ribeirinhos com Covid-19

Situação dramática na saúde do Estado do Amazonas agora se estende ao oeste do Pará, onde as embarcações fazem atendimentos

Da redação, com Vatican News

Barco Hospital Papa Francisco /Foto: Irmã Vanessa

Tanto o Barco Hospital Papa Francisco quanto o Barco Hospital Papa João Paulo II estão atracados na cidade de Faro, comunidade ribeirinha do Rio Amazonas, no Estado do Pará, desde quarta-feira, 20, e por tempo indeterminado, para dar e e estabilizar o atendimento aos pacientes com Covid-19. 

O bispo de Óbidos, Dom Bernardo Bahlmann comenta sobre a situação crítica também naquela região: “O Barco Hospital foi correndo para Faro, porque lá é já a divisa com o Estado do Amazonas, e nós somos a diocese que faz divisa com o Estado do Amazonas. Está muito afetado também, muita gente aqui. Então, a gente está fazendo um trabalho a todo vapor.”

Nesta sexta-feira, 22, a região recebeu a visita do governador do Pará, Helder Barbalho, que nesta semana inclusive postou nas suas redes sociais sobre a presença dos barcos no distrito de Maracanã, em Faro.

O Frei Nicolau, também de Óbidos, confirmou a situação dramática do Estado do Amazonas que agora se estende até o oeste do Pará, onde as embarcações procuram socorrer os ribeirinhos das comunidades do Baixo Amazonas. Principalmente porque a região, esclarece o frade, não conta com leitos de UTI.

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“A mesma situação que hoje nós enfrentamos em Manaus, está refletindo aqui para nós no Baixo Amazonas. Começou a calamidade na cidade de Faro, onde teve a falta de oxigênio e inclusive o nosso Barco Hospital ‘Papa Francisco’ e o ‘Papa João Paulo II’ estão lá para conseguir fazer o atendimento e dar um socorro lá para a população de Faro. Oriximiná também está com dificuldade de oxigênio”, relatou Frei Nicolau

Segundo o frade, em Óbidos, na Santa Casa de Misericórdia de Óbidos, há também dificuldades de oxigênio. “Nosso fornecedor hoje já manifestou que a carga que ele vai conseguir mandar para nós hoje, depois ele vai conseguir mandar só na segunda-feira… A gente está com vários pacientes gravíssimos aqui porque não tem leito de UTI, o nosso pessoal do Hospital 9 de Abril, na cidade de Juruti, nesse momento está em Belém para discutir com o Estado o credenciamento de mais leitos, leitos clínicos de Covid lá no hospital 9 de Abril de Juruti. Aqui o nosso Baixo Amazonas também se encontra nessa calamidade pela falta da matéria e pela falta do oxigênio.”

Equipe de profissionais e voluntários do barco hospital protegidos para os atendimentos neste período de pandemia/ Foto: Irmã Vanessa

“Não está fácil”, desabafa o frade

A Associação e Fraternidade Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, que mantém as embarcações para atender os ribeirinhos, precisou suspender as expedições programadas no Rio Amazonas para dar e direcionado aos pacientes de Covid e para reforçar o trabalho da Secretaria de Estado da Saúde do Pará. Frei Nicolau fala das dificuldades vividas na região, agravadas pela pandemia:

“O preço do medicamento que foi lá para cima, uma série de dificuldades aqui que nós enfrentamos, mas que isso acaba sendo rotina do nosso dia. Porém, neste momento mais agravante, é a falta de oxigênio e os nossos pacientes morrendo por falta de ar porque não tem oxigênio. Em Faro, uma família perdeu sete pessoas ao mesmo tempo por falta de oxigênio. Então, de emergência, a gente deixou todas as missões do barco e partiu com o barco para lá para socorrer Faro. A gente está aqui, unindo forças, desdobrando as atividades para conseguir socorrer todo mundo. Mas não está fácil”, concluiu frei Nicolau.

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