Em várias cidades do país, os consumidores puderam adquirir produtos e serviços com os tributos zerados. O Dia Livre de Impostos é uma forma de refletir sobre o peso da carga tributária no nosso dia a dia.
Reportagem de Vanessa Anicio e Luis Gustavo Rodrigues
Muitos motoristas madrugaram na fila para garantir uma das 150 senhas distribuídas por este posto de combustível. Seu Vicente saiu de Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, logo cedinho para conseguir o desconto.
“Se analisar bem, dá uma diferença muito grande”, afirma o aposentado, Vicente Luiz da Silva.
“A gente está mostrando quem verdadeiramente abocanha a maior parte do preço do combustível é o poder público com essa tributação excessiva”, destacou o presidente da Minas Petro, Rafael Macedo.
O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo. De acordo com o instituto brasileiro de planejamento e tributação, só em 2024, os brasileiros trabalharam, em média, 149 dias apenas para pagar impostos. Valores que, muitas vezes, não se traduzem na oferta de serviços básicos à população.
O presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, declarou: “Essa carga tributária que a gente paga, esse valor que a gente paga não retorna de maneira adequada na saúde, na educação, na segurança, na infraestrutura, em todos os aspectos. Então este é o movimento em que a gente quer conscientizar a população, mas também fazer um protesto”.
O “dia livre de impostos” começou há 19 anos, por meio de uma ação da câmara de dirigentes lojistas de BH. Este ano, cerca de 100 mil estabelecimentos aderiram à iniciativa. Lílian fez questão de dar um pulinho na farmácia para conferir os preços.
“Eu estou comprando coisas assim que eu nem estou precisando no momento, mas estou vendo que a diferença está gritante, então estou aproveitando e pegando algumas coisas aqui”, disse a empregada doméstica, Lilian Durães.
“Realmente é muito grande esse efeito do imposto nos preços que a gente paga e o consumidor brasileiro não tem noção dessa proporção”, afirma a estudante de economia, Yasmin Zago.
“A gente quer uma carga tributária justa com a gestão eficiente dos governos para que a gente tenha, a população toda tenha, essa qualidade no viver, a convivência de cada um de nós”, defende o presidente da CDL-BH.